Só faltam mais gadgets

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Novo Accord EX V6 aposta alto na tecnologia e no prazer de dirigir. Mas um carro de R$ 144.500 deveria oferecer mais mimos aos seus ocupantes

Gadgets são objetos tecnológicos com uma ou mais funções, geralmente vendidos como novidade. Em tempos de iPhone e da proliferação de laptops, o consumidor quer cada vez mais coisas inéditas — e integração entre esses equipamentos. O Chrysler 300C V6, com seu MyGig, ainda estava fresco na minha memória quando peguei o novo Honda Accord V6. O MyGig é um disco rígido de 20 GB que permite guardar músicas e fotos digitais, além de reproduzir CD e DVD. Tudo comandado por toques em uma tela de LCD.

Com isso em mente, e sabendo que o 300C custa R$ 139.900, imaginei o que viria no Accord V6 (de R$ 144.500), um carro de luxo importado do Japão, o país da tecnologia. Confesso que me decepcionei um pouco ao entrar nele. O alto nível de acabamento e montagem da Honda está presente, mas faltam equipamentos. Achei a tela no centro do painel atraente e fui logo procurar para que ela servia. Nada demais: mostra apenas as opções do sistema de som, a hora e a temperatura do ar-condicionado digital. Computador de bordo? Um Palio ELX 1.0 tem, mas esse Accord não. E os vidros elétricos traseiros não dispõem de função um toque. Liguei então o rádio e gostei. Alta qualidade sonora, diversas regulagens e até subwoofer, para os sons graves.


Ao engatar a ré para sair da vaga, percebi que o câmbio automático de cinco marchas não tem modo seqüencial. Você sai de um civic EXS para um Accord V6, bem mais caro, e perde a diversão de trocar as marchas pelas borboletas no volante. Continuo a manobra de ré, o carro de trás se aproxima e nada de o Accord apitar. Daí noto que também não há sensor de estacionamento. Alô, Honda, isso faz falta num sedã de quase cinco metros de comprimento.

Bom, pelo menos os faróis de xenônio ligaram sozinhos quando escureceu e os limpadores funcionaram automaticamente assim que começou a chover. Ah, também foi fácil encontrar uma posição para dirigir, já que o banco do motorista tem regulagens elétricas (o do passageiro também) e o volante ajusta em altura e profundidade. Além disso, o acréscimo de 12 cm no comprimento do carro beneficiou o espaço interno, que já era muito bom. Só o porta-malas é que não acompanhou o crescimento, com apenas 396 litros. Olha o Civic fazendo escola...