Por R$ 169 900, o Mercedes-Benz C 200 K Avantgarde leva você a esse seleto grupo
Quando lançou a nova geração do Classe C, em janeiro de 2007 – as vendas no Brasil começaram em maio do mesmo ano –, a Mercedes-Benz não escondeu de ninguém: fez um carro mais esportivo para encarar principalmente o BMW Série 3, conterrâneo que tem no arrojo seu principal ingrediente para seduzir compradores mundo afora. O Audi A4 é o segundo na lista de preocupações do pessoal de Stuttgart e completa a trinca dos sedãs alemães, que parecem ter criado um clube já fechado para novos sócios. Quem quiser freqüentar essa mesa precisa ser apresentado por um dos três ou por seus irmãos maiores – A6 e A8, Série 5 e Série 7 e Classe E e Classe S. E só.
Após seis anos e seis meses com a mesma cara, o C lançado em 2000 terminou seu ciclo – geralmente de sete anos – e deu lugar ao modelo que você vê nas fotos, um carro com linha de cintura mais alta, faróis inteiriços no lugar dos duplos da versão anterior e motores mais potentes. Para conferir como ficou a novidade, escolhemos a versão C 200 K Avantgarde, que custa R$ 169 900 – abaixo dela vem a C 200 K Classic, que traz acabamento mais “simples” por R$ 149 500, e logo acima está a C 280 Avantgarde (R$ 205 000), com motor V6 de 231 cv.
Quem chega para andar pela primeira vez no novo Classe C tem uma surpresa: apesar de parecer menor graças ao estilo mais esportivo, ele cresceu. Ficou 5,5 cm mais longo, 4,2 cm mais largo e 4,5 cm mais alto que seu antecessor. O entreeixos, aliás, também ganhou os mesmos 4,5 cm extras da dimensão lateral – essa “vitaminada” é uma tendência das montadoras para que o dono de um modelo antigo deseje trocá-lo pelo novo. O motor também ficou mais potente: pulou de 163 cv para 183 cv a 5 500 rpm com torque de 25,51 kgfm a 2 800 rpm. Com essas mudanças, o C 2008 só lembra o anterior nas coisas boas: excelente nível de acabamento, interior harmonioso e de bom gosto, baixíssimo nível de ruído e o ambiente mais requintado entre os sedãs alemães de entrada – Série 3 e A4 não batem o Classe C quando o assunto é luxo a bordo
O DNA da Mercedes continua no painel de instrumentos, nos comandos dos vidros, de acionamento dos faróis e do ar-condicionado de duas zonas, mas o volante cresceu demais e faz o motorista parecer um pouco desajeitado nas primeiras voltas – nada a ver com a direção rápida do Série 3, por exemplo. Mas isso é compensado pelo botão central de comando das funções do CD player compatível com MP3. Prático, ele fica localizado no console central e lembra o sistema iDrive da BMW.
A lista de equipamentos de série ainda traz mais itens: amortecedores com sistema Agility Control (algo como controle de agilidade) que se adaptam às condições do piso, seis airbags (frontais, laterais e do tipo cortina), luzes de freio que piscam em freadas bruscas acima de 50 km/h e o interessante dispositivo Pre-Safe. Na iminência de uma perda de controle, ele prepara o carro para uma colisão ativando os dispositivos de segurança passiva – tensionando os cintos de segurança, por exemplo. Isso não impede o funcionamento do ESP (Electronic Stability Assist, ou controle eletrônico de estabilidade) ou dos freios ABS com Brake Assist, que distribuem a força de frenagem.
Mas é na hora de acelerar que um sedã alemão mostra por que custa mais caro que seus concorrentes de outros países. O silêncio a bordo, a maciez da suspensão e a ausência total de rebarbas de plástico ou de barulhos mostram que no seleto clube dos três-volumes bávaros só há lugar mesmo para uma disputa entre eles. Na pista de testes, o C 200 K (a sigla abrevia a palavra Kompressor, ou compressor em alemão, recurso que permite ao bloco de 4 cilindros atingir 183 cv) acelerou de 0 a 100 km/h em 9s4. Se o número não é de um esportivo (e a proposta não é essa), não deixa ninguém achar que seu Mercedes é lento.
A velocidade máxima divulgada pela montadora também anima – mais os alemães, que podem andar em uma autobahn sem limite: 235 km/h. E quem se “apertou” com os R$ 169 900 tem no baixo consumo um bom calmante. Na cidade, o sedã roda 7,8 km/l, enquanto na estrada o número sobe para ótimos 13,5 km/l. Ou seja, o C 200 K é bom de ver, de andar e não cobra muito caro por isso – pelo menos ao parar na bomba de combustível.
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