Honda Accord 2.0 tem espaço e conforto, mas falta tecnologia; veja o teste
Dá gosto observar a oitava geração do Honda Accord. Não só pela frente imponente, mas principalmente pela qualidade de construção do modelo japonês. Portas perfeitamente alinhadas com a carroceria e peças que se encaixam com uma precisão impressionante, o que só nos faz admirar ainda mais o aclamado padrão de qualidade que a fabricante japonesa conquistou com o passar dos anos. Ele pode não ter os traços marcantes que caracterizam os sedãs grandes alemães, mas se esforça com um pronunciado friso lateral que se estende do pára-lamas até a lanterna traseira. A frente, com o uso de elementos retangulares na grade dianteira e faróis, confere mais presença ao modelo reestilizado do que a antiga versão importada do México.
Ao abrirmos a porta do motorista, o sóbrio interior nos convida a se instalar com calma. Talvez por causa da linha de cintura ligeiramente alta, temos a sensação de que dirigimos mais rente ao chão a bordo do sedã. Mas nada que o banco com regulagem de altura, em parceria com a coluna de direção também regulável, não possam resolver. Uma vez acomodado no assento do motorista, nossos olhos percorrem o painel e a semelhança com o adotado no “primo menor” Civic é inevitável. Se não possui a mesma ousadia dos mostradores digitais em dois níveis, o Accord mantém o estilo envolvente, assim como a disposição dos controles do ar-condicionado e do rádio CD-player com MP3 (de série). Um material agradável ao toque e a ausência de rebarbas ou encaixes mal feitos conferem um padrão superior – digno do segmento no qual está inserido – ao sedã de luxo da Honda.
O único problema do Accord LX já começa quando vamos manobrá-lo. Ao ligar o ar-condicionado, onde estão as regulagens eletrônicas de temperatura? E o sensor de estacionamento? Este último, com certeza, uma ausência muito sentida em um veículo de 4,93 m de comprimento por 1,84 m de largura. Computador de bordo, então, nem se fale. Vale lembrar que, apesar de ser a versão de entrada, os R$ 99 800 pedidos pelo modelo o colocam em uma posição desfavorável frente aos concorrentes Ford Fusion (R$ 83 620) e, principalmente, se levarmos em conta o Hyundai Azera, que tem preço sugerido a partir de R$ 93 900, mas é equipado com motor 3.3 l V6, 89 cv mais potente que o novo 2.0 l 16 V utilizado no Accord (245 cv ante 156 cv).
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